domingo, maio 19, 2024
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Despedida de uma era: 75 anos de encanto com os burrinhos do Parque Municipal de Belo Horizonte

Por Luiz Fernando Gonçalves

Desde 1947, os burrinhos do Parque Municipal Américo Renné Gianetti, popularmente conhecido pelos belorizontinos apenas como Parque Municipal, foram uma das atrações mais cativantes e marcantes do maior parque da região central de Belo Horizonte. Quem cresceu na capital mineira, certamente tem a tradicional foto montada em um dos burrinhos que fizeram parte da infância de diversos moradores e turistas de BH.

Os animais permaneceram no parque por 75 anos. Em 2022, devido à pandemia de Covid-19 e por questões burocráticas envolvendo a retirada de bilhetes, os burrinhos foram retirados do local. No início, em 1947, era cobrado um valor que girava em torno de três cruzados para que as crianças passeassem montadas nos animais pelo local. A atração, que iniciou com cinco jumentos, chegou a contar, no auge, com 35 jumentos e oito cavalos.

Matheus Rafael Zacarias, de 31 anos, pertence à terceira geração da família que cuidou dos animais durante os anos em que eles permaneceram no Parque. “A ideia dos animais serem uma atração do Parque surgiu em uma conversa do meu avô, Zacarias Antunes, com o prefeito de Belo Horizonte da época, Otacílio Negrão de Lima”, explica.

A administração da atração foi passada de geração em geração da família Zacarias e fez parte do cotidiano de todos os integrantes. “Eu frequento o Parque Municipal desde a minha infância, enquanto meus pais trabalhavam com os burrinhos, eu me divertia nos outros brinquedos. Com 14 anos eu comecei a ajudar meus pais também na administração”, relata.

Aos 21 anos, em 2013, Matheus Zacarias passou a gerir e administrar os burrinhos até 2022, quando os animais foram retirados. “Foi com muita tristeza que tivemos que encerrar um ciclo que fez parte da história da minha família e de Belo Horizonte, no geral, mas com a pandemia e com a necessidade dos visitantes adquirirem previamente os ingressos, o que resultou na diminuição da frequência, nós não tivemos outra alternativa. Estava financeiramente inviável,” conta Zacarias. 

Atualmente, os animais se “aposentaram” e ficam em uma fazenda na cidade de Serra Azul. 

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